Em tom de despedida, Iron Maiden faz show sold out em São Paulo
A notícia da saída de Nicko McBrain surpreendeu os fãs, que aguardavam pela segunda apresentação da banda na capital paulista, na noite de sábado
Foto: © Ale Frata / Live Images
São Paulo, 07/12/2024 – Allianz Parque – O fim de semana foi agitado para os fãs de Iron Maiden, principalmente no Brasil. Com apenas dois shows no país, e ambos esgotados, seria apenas mais um final de ano feliz para o fiel público do Maiden, exceto pelo fato que, na manhã de sábado, por meio das redes sociais, a banda anunciou que este seria o último show do baterista Nicko McBrain, que há 42 anos ocupava o posto, após a saída de Clive Burr, baterista que gravou os três primeiros discos, falecido em março de 2013. E assim, mais uma vez a relação do Iron Maiden com o Brasil se fortalece na história da música, afinal, foi aqui que, em 1985, fizeram o primeiro show no Rock in Rio I, abrindo as portas para a América Latina. Depois disso, gravaram disco ao vivo no mesmo festival, e para quem leu a biografia do Bruce Dickinson, sabe como eles valorizam nosso público.
Iron Maiden. Fotos: © Ale Frata / Live Images
No mais tradicional estilo inglês (exceto quando o assunto é família real), não teve nada muito formal para celebrar a data, por parte da banda, mas pelo público, diversos cartazes agradecendo Nicko pelo seu legado, e coros durante os intervalos, como, “Olê Olê Olê, Nicko Nicko!” , marcaram a última apresentação do icônico batera. Ao final do show e no final do bis, Nicko jogou baquetas, peles de caixa, munhequeiras e agradeceu o público paulista pela calorosa ovação. Por parte da banda, abraços e cumprimentos, pose para última foto oficial pelas lentes do fotógrafo John McMurtrie, único que consegue fotografar Nicko durante a apresentação, por conta do acesso privilegiado, e só. Nem ao menos uma luzinha extra para os fotógrafos da imprensa, durante a entrada do batera, quando Nicko, em pé, acena para o público, já que se tratava da última entrada, teve. Quem conhece o Maiden, sabe que só se vê o Nicko pelas câmeras oficiais, pois o seu banquinho é muito baixo e o set de tons e pratos bem altos.
Mas vamos falar do show. Como sempre, Iron Maiden é uma apresentação muito forte tanto em cenografia, como na parte sonora. Por maior que seja o palco, sempre parece pequeno quando se trata da Donzela de Ferro. O músicos, principalmente Bruce Dickinson e Janick Gers, parecem ligados na tomada, não param um minuto sequer, e nem demonstram cansaço. Completando o time Dave Murray, guitarrista que participou de todos os discos do Maiden ao lado do baixista Steve Harris, o guitarrista Adrian Smith e o mascote Eddie, que apareceu por algumas vezes no palco, e numa delas travou uma troca de tiros com Bruce, fortalecendo o espetáculo, que além de um mega backdrop temático, tem fogo e vários aparatos que remetem ao mais novo álbum Senjutsu de 2021. O show foi bom, mas longe de ser o melhor que o Iron já apresentou no país, por diversos fatores, mas acredito que o principal, seja mesmo pelo fato do Nicko não conseguir mais tocar algumas músicas em sua velocidade original ou até mesmo executá-las, como sempre fez. Dentre os muitos clássicos que ficaram de fora, podemos citar Powerslave, Aces High, 2 Minutes to Midnight, The Number of the Beast, Run to the Hills entre muitas outras, mas foi bom ouvir The Prisoner, Heaven Can Wait, The Trooper, Wasted Years, Can I Play With Madness e Alexander the Great.
Em maio a banda inicia a turnê que celebra os 50 anos de estrada, intitulada Run For Your Lives World Tour 2025-26. O primeiro show está marcado para 27 de maio em Budapest, na Hungria, e poderia apostar que essa turnê deve terminar pela América do Sul, mais precisamente, no Brasil.
O novo baterista já foi anunciado, e trata-se de Simon Dawson, britânico que há 12 anos toca com Steve Harris na banda British Lion, que se apresentou dia 05/12 no Fabrique em São Paulo.
Volbeat. Fotos: © Ale Frata / Live Images
A abertura do show foi da banda dinamarquesa Volbeat, que agradou bastante a plateia, onde via-se camisetas de fãs espalhadas pela pista e o público cantando junto.