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Exposição “Ausências Brasil” relembra desaparecidos da ditadura militar brasileira

Abertura no dia 20 de maio, terá programação gratuita com visita mediada, exibição de filme sobre o período e conversa exclusiva com o diretor.

Foto: Gustavo Germano / Divulgação

Uma das referências no trabalho de memória política no país, o Núcleo de Preservação da Memória Política – NM, em parceria com o CEU Rosa da China, apresenta a exposição “Ausências Brasil”, do fotógrafo argentino Gustavo Germano, de 20 de maio a 04 de julho de 2025. 

A ausência na obra de Gustavo Germano revela muitas presenças. A presença da dor e da saudade, a presença da injustiça e seus paradoxos, a presença da própria pessoa desaparecida.

Quantas vezes a ausência de entes queridos que se foram e tivemos a oportunidade de vivermos todos os ritos de despedida nos levam a lugares de dor e melancolia?  Mas você consegue imaginar uma família que nunca encontrou o corpo de uma filha, de um marido, de uma noiva ou um irmão? 

O projeto da Exposição Ausências teve início na Argentina, motivado pelo desaparecimento do irmão de Gustavo Germano, vítima da ditadura que derrubou Isabel Perón, sob a liderança do general Jorge Rafael Videla. O projeto se expandiu para outros países latinos, a maioria alvos da Operação Condor – campanha de repressão e terrorismo de Estado orquestrada pelas ditaduras no Cone Sul, com o apoio dos Estados Unidos. Anos depois, nasceu o projeto “Ausências Brasil”, que conta com 12 histórias de pessoas brasileiras desaparecidas durante a ditadura militar, cobrindo locais do Ceará ao Rio Grande do Sul.

“A mensagem estampada é gritante: houve um abalo tremendo naquelas famílias e elas tiveram que viver – e enfrentar – uma dor indescritível. Elas estão alegres nos primeiros retratos. É possível imaginar os sonhos que tinham, seus abraços, os desentendimentos comuns em qualquer família, as pazes… Mas, na segunda foto, tudo isso desaparece. Não é apenas uma pessoa que desapareceu. O desamparo é palpável. A segunda foto mostra também quanto tempo se passou com essa dor, certamente agravada pela injustiça, pela falta de respostas do próprio Estado que desapareceu com os corpos de seus entes queridos. E esse tempo continua se esvaindo.” diz Eugênia Augusta Gonzaga, Procuradora Regional da República e Presidente da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

Ana Rosa Kucinski Silva – presente e ausente. Foto: Gustavo Germano/Divulgação

Além das fotografias, haverá uma série de atividades educativo-culturais, como visitas mediadas, rodas de conversa com ex-presos políticos e exibições de filmes relacionados ao tema, fomentando debates sobre os impactos da violência de Estado, tanto no passado quanto no presente. Com o objetivo de formar cidadãos mais conscientes e críticos, a exposição reflete sobre os abusos de poder, as perseguições e os desaparecimentos forçados ocorridos durante a ditadura militar no Brasil (1964–1985) e suas repercussões na atualidade.

Um dos objetivos do projeto, segundo a museóloga do NM Kátia Felipini Neves, é refletir sobre a democracia e rechaçar a ditadura. “Cada vez que a gente apresenta essa exposição, é uma forma de reparar essas famílias”, diz.

Programação de atividades da Exposição na abertura 20 de maio:

A exposição contará, para além da mostra, com atividades educativas-culturais, tais como visitas educativas mediadas, rodas de conversa com ex-presos políticos e exibição de filmes.

Dia 20 de maio

10h: Projeção do filme “O dia que durou 21 anos + roda de conversa com o diretor Camilo Tavares.

–  Visita mediada com o historiador César Novelli Rodrigues, educador do Núcleo de Preservação da Memória Política – NM.

– 15h – Abertura oficial da exposição.

Serviço:

Exposição Ausência Brasil no CEU Rosa da China

De: 20 de maio a 04 de julho de 2025

Onde: R. Clara Petrela, 113 – Jardim Sao Roberto, São Paulo – SP

Entrada: Gratuita

Horário de Visitação: De segunda a sexta das 7h às 22h

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