Hoje completa 32 anos sem o inesquecível Raul Seixas, nosso Maluco Beleza
Em 21 de agosto de 1989 o Brasil perdia um dos maiores símbolos da música brasileira
Foto: Sylvio Passos/Acervo RRC
Se existe um músico que deixou uma legião de fãs orfãos no Brasil, esse cara é Raul Seixas. Auto intitulado Maluco Beleza, graças ao título de uma de suas músicas, que está entre as mais cantadas pelo público, Raul teve uma vida a mil, mas que infelizmente teve um final triste, pois além de jovem, Raul morreu doente e solitário, mas isso não quer dizer que foi abandonado, principalmente por seus familiares e amigos.
Para celebrar o músico, o Photo in Concert convidou para um super bate-papo ninguém menos que Sylvio Passos, presidente do Raul Rock Club, o maior fã clube do músico e a fotógrafa Norma Albano, que registrou um dos últimos shows do Raulzito, no Olympia, tradicional casa de shows paulistana dos anos 1980/90.
Durante a entrevista, Sylvio contou curiosidades sobre Raul, pessoa que além de ídolo, foi amigo pessoal, e acompanhou os últimos anos de sua vida. Um dos caras que mais sabe sobre Raul Seixas, no Universo.
Sylvio contou como foi o início do RRC, em 1981, sobre as tentativas frustradas de montar outros fã clubes para artistas estrangeiros, antes de finalmente se entregar ao mundo raulseixista. Ele também falou sobre o anúncio de jornal, onde pedia os contatos do Raul Seixas, e que lhe rendeu inúmeros telefonemas, mas nenhum atendendo o seu pedido. Uma parte muito engraçada da história, é quando Sylvio conta sobre o dia que Raul o confundiu com o apresentador Silvio Santos, antes do primeiro almoço na casa do ídolo, um sobradinho numa rua de terra no Brooklin, em São Paulo, onde ele guardava peculiaridades como os aparelhos de som Sansui-Garrard e Gradiente, emendados com fita crepe, que ele cita na música “Tu és o MDC da minha vida” e até um bidê cor de rosa, que enfeitava seu escritório, com uma boneca dentro. “O Raul era meio Frank Zappa”, comenta o amigo.
Eu tô na casa do Raul Seixas, e ele me tratando como se já me conhecesse há 10 mil anos e eu só estava ali há 10 minutos”
Sylvio Passos, sobre o dia que conheceu pessoalmente Raul Seixas
Sylvio conta também como foi difícil acompanhar os últimos tempos do Raul, amigo com quem ele se divertia pelas ruas da Vila Madalena, cantando Jimi Hendrix, nas madrugadas paulistanas, e o último show que assistiu no Dama Xoc. Teve também as insanidades dos fãs, durante os velórios em São Paulo, quando foi exigido um caminhão de bombeiros para levar o corpo até o aeroporto, com honras de chefe de estado, e Salvador, onde os fãs carregaram o corpo do músico para fora do velório, numa tentativa frustrada de levar o corpo embora.
O ÚLTIMO SHOW EM SÃO PAULO
A fotógrafa Norma Albano contou como foi a experiência de cobrir a última apresentação do Raul Seixas, em São Paulo, no Olympia, pouco antes da sua morte e das fotos que foram utilizadas no Jornal da Tarde para noticiar o falecimento, e também sobre o seu trabalho que entrou no polêmico livro “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida”, do jornalista Jotabê Medeiros, sobre Raul Seixas, onde o músico foi acusado de entregar seu parceiro de composições, Paulo Coelho, à ditadura militar na década de 1970, algo que foi desmentido pelo próprio escritor, via Twitter, segundo matéria na Folha de S.Paulo (24.out.2019) e também por Sylvio Passos, que foi consultado pelo jornalista, antes do lançamento do livro, e diz considerar o relato “marketing marrom” para vender, por parte da editora.
Norma também falou sobre a foto de sua autoria que foi capa do disco RAUL VIVO, da gravadora Eldorado, lançado em 1993. Edição que conta com um fato curioso. O disco é uma reedição do “Ao Vivo – Único e Exclusivo“, originalmente gravado durante uma apresentação na S. E. Palmeiras em 1983, e quando relançado, contou com algumas faixas bônus, gravadas no S.C. Corinthians Paulista, no mesmo ano. Sem saber, Raul foi responsável por mais um Derby, entre os rivais.
SOBRE O PHOTO IN CONCERT
Programa de bate-papo, apresentado pelo fotógrafo e musicista Ale Frata, que busca cruzar as histórias dos bastidores do showbiz, do ponto de vista de músicos, produtores, artistas, assessores, com as de fotógrafos que participam das coberturas de grandes eventos. São dois convidados, e o programa tem duração aproximada de 1 hora. A transmissão ao vivo é feita pelas redes sociais da Arfoc-SP e posteriormente o programa fica disponível em vídeo e podcast nos canais da Live Images. O Photo in Concert é uma realização da Live Images em parceria com a ARFOC-SP – Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo.
Assista o programa ou escute o Podcast
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