Violence traz ao rock a influência das redes sociais
Single é o primeiro do duo de rock experimental paulistano Lumee//Prismo
Foto: Soraia Costa/Divulgação
O duo de rock experimental paulistano Lumee//Prismo fará, na sexta-feira (20), um lançamento duplo nas plataformas digitais: o primeiro single Violence e o clipe.
A música, que faz parte do EP Ovis Aries integra o selo Maxilar, do Gabriel Thomaz (Autoramas) e Henrique Roncoletta (NDK), lançado em fevereiro de 2021 com foco na diversidade musical.
O duo traz Luma Garcia (Lumee – vocais, piano e synths) e Guilherme da Matta (Prismo – guitarra).
Violence foi inspirada no grupo de tecno alemão Atari Teenage Riot, que em muitas de suas letras questiona e critica o poder alienante que a tecnologia, sobretudo as redes sociais, pode ter na vida.
A música trata sobre a violência e superficialidade com que as pessoas tratam diversos assuntos importantíssimos na internet, sobretudo nas redes sociais.
“É desolador e revoltante ver as pessoas se escondendo confortavelmente atrás de seus avatares virtuais para atacarem uns aos outros e discutirem assuntos delicados sem o mínimo de embasamento. As redes sociais mataram o diálogo, vemos apenas monólogos agressivos encadeados. Ninguém se ouve mais. Dá muito medo porque as pessoas estão cada vez mais trazendo essa agressividade também para o mundo real. É assustador porque isso está se mostrando um terreno fértil para fundamentalismos e discursos de ódio e intolerância. Essa música é um grito de desespero”, afirma Guilherme da Matta.
“Isso me remeteu a um fato muito interessante sobre a minha criação. A minha família sempre foi muito conservadora em relação aos aparatos tecnológicos. Lembro que fui uma das últimas do meu grupo de amigos a ter um celular e tive, por muito tempo, meu computador monitorado pelos meus pais. Pode não ter sido algo muito bom na época, mas como construí essa relação de desconfiança com a internet, percebo que consigo analisar o que acontece hoje com um olhar um pouco mais de fora e, dessa forma, tecer críticas aos exageros que acontecem no mundo virtual. Quando compus essa música, quis criticar a violência e superficialidade com que muitas pessoas tratam assuntos delicadíssimos nas redes sociais”, diz Luma Garcia.
Os artistas gravaram as vozes, guitarras e o baixo em casa, com os próprios equipamentos. A bateria foi gravada no Flap Studios, do Fernando Lauletta.
“Nessa faixa, tivemos a participação dos nossos amigos músicos Leonardo Yasuhei, no baixo, e Heitor Sena, na bateria. A mix e a master ficaram por conta do Yuri Deryous. A arte de capa é do Benson Chin e o clipe dirigido por Jean Araujo”, explica a dupla.
O clipe é fruto das ideias dos artistas e de Jean Araujo com as referências cyberpunks e tecnológicas.
“Pra mim são as minhas maiores referências. Sou uma pessoa que até hoje meu filme preferido é Matrix. Amo filmes pós apocalípticos. Blade Runner também é uma referência forte. Neste clipe a gente quis deixar claro como a rede social lobotomiza a gente”, explica Luma.
“Hoje, as pessoas levantam bandeiras que nem sabem o porquê o fazem. As pessoas espalham fake news e as discussões se tornaram supérfluas e agressivas. Temos três personagens: a Lumee, que é a ditadora da internet, a Luma, que está sendo lobotomizada e sofre lavagem cerebral, e o personagem do Prismo, que representa a agressão”, conclui.
Luma e Guilherme assinam a produção. O figurino ficou por conta da Luma e a maquiagem e cabelo foi de Carolaine Massaroto.
Bio
Formado em 2017 em São Paulo, o duo de rock experimental traz Luma Garcia (Lumee – vocais, piano e synths) e Guilherme da Matta (Prismo – guitarra).
Lumee//Prismo tem um quê de new metal, com influência de Audioslave, Rage Against the Machine, Evanescence, King Crimson e Linkin Park. De influência nacional, se inspiram em Sepultura e Mutantes.
Luma já havia participado de diversos outros projetos musicais, com os quais se apresentou pelo Brasil e pelos EUA, sempre conciliando com outras paixões suas, como as aulas de canto e o teatro. Atualmente, ela integra o Núcleo Erínias, da Cia de Teatro d`Os Satyros e cursa canto lírico na Escola Municipal de Música.
Guilherme, por sua vez, já comandou bandas de rock e hoje gerencia sua própria escola de música, a Allemande, onde tenta colocar em prática o sonho de levar o ensino musical de forma acessível e lúdica.
REDES SOCIAIS
Fonte: Adriana Baldin/Assessoria