Dia de solos, encerra a fase paulista do Rock Brasil 40 anos
Sem firulas e direto ao assunto, artistas que vivem em carreira solo, encerram o período de shows no Memorial da América Latina
Foto: Ale Frata/Live Images/Código19
São Paulo, 21 de abril de 2022 – Memorial da América Latina – Foi um início de tarde empolgante, que começou com a cantora e compositora Marina Lima, esbanjando do seu charme habitual, chegou recheando o palco com clássicos de sua carreira como Fullgás, Pra começar, O chamado e Uma noite e meia. Inicialmente o show começou com a banda tocando em cima de um playback da cantora, enquanto ela entrava no palco, dublando a própria voz. Mas já na segunda música, a cantora ligou o microfone e arrebentou. No meio do show, um problema técnico com a guitarra, fez uma pequena pausa no show, mas Marina tirou de letra, e conversando rapidamente com o público, o show foi retomado.
Na sequência, o gênio Arnaldo Antunes, ex-Titãs, que desde 1992 segue em carreira solo, chegou em power-trio, assumindo os vocais e acompanhado por um baterista e um guitarrista. A curiosidade ficou por conta da ausência do baixo, mas o som estava redondo e completo, por incrível que pareça (talvez tivesse algum sampler, mas não confirmamos essa suposição. Durante uma breve manifestação do público contra o atual presidente do Brasil, o músico comentou sorrindo: “está terminando!”. Os clássicos Comida dos Titãs e Passa em casa dos Tribalistas fizeram parte do repertório, junto com Invejoso, A casa é sua, Socorro entre outras.
Roberto Frejat, um dos grandes parceiros de Cazuza no Barão Vermelho deu continuidade à festa. E por várias vezes, mencionou essa parceria, durante a apresentação. Muito bom ouvir O Poeta está vivo, Pense dance, Exagerado, Bete Balanço, Ideologia e outras obras imortais do rock brazuca, nos vocais de Frejat. O músico ainda lembrou, que por conta do limite de horário, o tempo do show foi reduzido, e precisou encurtar o set list habitual e por isso não ia fazer a tradicional parada no bis, para não perder tempo.
Pra encerrar a noite e o festival, outra cria dos Titãs. Nando Reis, que foi baixista da banda paulistana, chegou agitado e mandou logo no início músicas que fez para Cássia Eller, a quem ele dedicou parte do show, lembrando que era bacana o espaço do Memorial ser aberto, assim dessa forma, Cássia ia receber a energia daquela noite. Sebastião Reis, filho de Nando, foi convidado para se juntar aos Infernais, banda que acompanha o músico há tempos. Nando aproveitou e abriu espaço no show para apresentar a banda Colomy, trio formado por Sebastião, Pedro Lipatin e Eduardo Schuler, baterista que agora faz parte também da banda de Nando. Os caras fizeram um cover de Dona, da dupla Sá & Guarabira. Eles poderiam ter aproveitado o espaço para apresentar algum trabalho autoral.
RACISMO
O ponto negativo deste dia, foi quando uma pessoa da plateia praticou um ato racista contra um cinegrafista negro, enquanto ele exercia sua profissão. A mulher, visivelmente embriagada, se incomodou quando o rapaz, que estava a trabalho pela produção do evento, subiu na grade para registrar um pequeno trecho do show da cantora Marina Lima, e inicialmente começou agredí-lo verbalmente, e quando ele comentou que estava trabalhando, ela respondeu que também estava ali a trabalho, que apenas não possuía uma credencial do evento, mas que trabalhava para a Folha (de S. Paulo). Enquanto ele tentava gravar uma parte do show, ela chegou ao seu lado e totalmente descontrolada, começou dar um show a parte, chamando atenção de outras pessoas, até que foi retirada por seguranças do evento. Apuramos que o caso foi parar na delegacia, mas não temos maiores informações sobre o desfecho. O Live Sessions recrimina qualquer tipo de discriminação, seja por raça, credo, opção sexual, etnia etc.