“Gimme fuel, gimme fire!” Metallica cumpre a promessa

Mais uma vez o quarteto estadunidense deixa uma tour inesquecível pelo Brasil, e entrega o que prometeu.

Foto: Ale Frata/Live Images/Código 19

São Paulo, 10 de maio de 2022 – Estádio do Morumbi – Os caras do Metallica trouxeram a tour Worldwired 2022 para o Brasil, e por onde passaram não se falou de outra coisa. Com uma megaprodução, até que bem diferente das últimas aparições da banda pelo país, o show do Metallica, além de música de alta categoria, trouxe um show bem visual, com 5 telões de alta definição, pirotecnia e performance impecável. Quem esteve em um dos quatro shows da banda, que encerrou sua passagem por terras brasilis em Belo Horizonte, na última quinta-feira, 12, com certeza não irá se esquecer. Mais ou menos, como aconteceu em 1989, em sua primeira tour por aqui.

Nós estivemos no estádio do Morumbi, para conferir de perto o que Porto Alegre e Curitiba já haviam testemunhado. Pouco mais de 21h, horário previsto para o início do show, as luzes do Morumbi davam indícios que o show estava por começar e a trilha sonora não poderia ser melhor: It’s a long way to the top (If you wanna rock’n’roll), do AC/DC, rolava no som mecânico e o público já foi ao delírio. O tradicional vídeo do Metallica, ao som de Ennio Morricone, deu início ao show que já chegou com uma paulada atrás da outra, e para nossa sorte Fuel foi a terceira música, o que nos propiciou registrar o palco em chamas (os fotógrafos da imprensa só foram autorizados a registrar as três primeiras músicas), que por sinal, não era só o palco, mas o estádio inteiro. Quando a chama acendia, o estádio inteiro esquentava… e o show também.

A performance do Metallica dispensa comentários, e James Hetfield, que a não muito tempo necessitou se tratar por recaídas decorrentes da dependência química, esbanjava saúde e bom humor em cima do palco. O Metallica é daquelas bandas que dão entender que jamais farão alguma besteira em sua carreira, se algo não estiver indo bem, eles param, arrumam a casa e em seguida caem na estrada novamente. Completando o time, Lars Ulrich na batera, Kirk Hammet na guitarra e Robert Trujillo no baixo, e lá se foram quase duas horas de satisfação garantida.

Mais um fato marcante para o Brasil, desta vez em Belo Horizonte, no Mineirão. James abriu o coração, e demonstrando muita coragem, falou ao público sobre suas fraquezas, inseguranças, o peso da idade (que sinceramente, não notamos) e logo foi abraçado pelos seus companheiros de banda. É possível encontrar o vídeo pelo YouTube (só não vamos divulgar, pois não sabemos quem é o autor).

Fizeram parte da noite os brasileiros do Ego Kill Talent, com uma apresentação bem bacana, apesar das limitações de luz e som, impostas às bandas de abertura e o Greta Van Fleet, que trouxe mais uma vez os anos 1970 para o século XXI. A dica para estes garotos de ouro, é que continuem na pegada anos 70 no som, no visual, mas que tragam as luzes dos anos 2020 para os palcos (reclamação de fotógrafo).

Um lado muito bacana, visto no Morumbi, que com certeza aconteceu em outros shows do Brasil, e pelo mundo, foi a família unida ao som de Metallica. Muitos pais, já grisalhos, apesar de não aparentar tanta idade, acompanhados de seus filhos, que giravam em torno de 15 a 20 anos, além de grupos de amigos, que com certeza estiveram no Ibirapuera em 1989, e muitos fãs de longas datas, a maioria deles vestidos com a camiseta da banda.

Confira abaixo, como foi a paulada que o Metallica deixou na história dos grandes shows que aconteceram no Brasil.

SET LIST*

Whiplash

Ride the Lightning

Fuel

Seek & Destroy

Holier Than Thou

One

Sad but True

Dirty Window

No Leaf Clover

For Whom the Bell Tolls

Creeping Death

Welcome Home (Sanitarium)

Master of Puppets

BIS

Spit Out the Bone

Nothing Else Matters

Enter Sandman

*fonte: setlist.fm

Texto: Ale Frata