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Em 2022, que seja feita a nossa vontade

O mundo do entretenimento precisa voltar com força, trazendo alegria, diversão e esperança para o povo brasileiro

Foto: Ale Frata/Live Images/Código 19

Quem diria que após a virada de 2019 para 2020 o mundo passaria por momentos tão difíceis, de tensão, tristeza, confinamento, perdas, revisões e tudo que de alguma forma vivenciamos, mesmo que contra a nossa vontade?

O nosso querido e gigantesco setor de eventos tomou um baque tão grande, e por pouco não se desfez por completo. Shows foram adiados, muitas vezes até cancelados, e muitos artistas não tiveram a mesma sorte que nós, que estamos aqui hoje sãos e salvos, e infelizmente nunca mais pisarão num palco, porque nos deixaram prematuramente como Paulo Gustavo, Moraes Moreira, Paulinho, Marília Mendonça, Tarcísio Meira, entre tantos outros. Casas de espetáculos tradicionais foram ameaçadas e algumas até mesmo encerraram as atividades, depois de anos de entretenimento e currículo invejável. Muitos profissionais que ganham seu dinheiro suado e honesto, enquanto nos divertimos, conhecidos carinhosamente como “graxa”, aquela galera que deixa tudo pronto antes do espetáculo começar, e não descansam até que tudo termine, passaram por momentos terríveis, e com sorte, tiveram o apoio de colegas de profissão, como os fotógrafos de shows que se uniram no movimento “Do Pit pra Graxa”, que em suas duas edições no ano de 2020 contribui com muita gente, contando com apoio de artistas e pessoas comuns que simplesmente resolveram ajudar, por pura empatia. Mas a realidade é que não foi fácil para ninguém. A angústia tomou conta e muita gente não sabia como fazer, sem contar que, quem deveria ajudar, muitas vezes atrapalhou, o que contribuiu para que a confusão só aumentasse. Quem pôde, se virou, e em meio ao caos, ainda assim conseguiram levar diversão para as pessoas. Alguns por meio de lives, que tomaram grandes proporções, não só de produção, mas de audiência, e muitos músicos que acabaram se apresentando dentro de suas residências, com um celular, um violão e um ring light, a fim de conseguir levantar ao menos um trocado para pagar as contas, já que o auxílio emergencial não fez a mînima questão de chegar até os profissionais da cultura.

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Fotos: © Ale Frata e © Jorge Bevilacqua

Os shows de 2019 e 2020 que foram adiados, provavelmente virão para 2022, mas em alguns casos já foram até remarcados para 2023, afinal, enquanto não erradicarmos a doença, fica muito difícil dizer o que vai acontecer no dia seguinte.

Neste final de 2021, muitos artistas, mesmo que vacinados, acabaram se infectando, como foi o caso de Brian May do Queen, Paul Stanley do Kiss, e no Brasil, figuras como Erasmo Carlos, João Suplicy e Caetano Veloso, entre tantos outros. Por sorte, todos estavam vacinados e não sofreram as maiores consequências da doença, e mesmo assim ainda há quem duvide que a vacina, mesmo feita às pressas por razões óbvias, salvou o mundo da covid-19.

A pandemia não acabou e a nova variante é muito contagiosa. Inaceitável que o governo federal atrapalhe o programa aprovado pela ANVISA da vacinação de crianças”

Caetano Veloso, após testar positivo para covid-19

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O Live Sessions nasceu no meio da pandemia, em meados de 2021, quase junto com a Live Images, empresa carro chefe, e veio para substituir o Marofa Music, que teve uma longa e boa estrada, com coberturas nacionais e internacionais de peso, grandes festivais, musicais, peças de teatro, exposições, coletivas de imprensa, além de colaboradores de primeira linha.

Mesmo sem maiores perspectivas, ainda em 2021 cobrimos alguns shows, como Alcione, Paula Toller, Brasil Rock Stars, o festival online Best of Blues and Rock, o excepcional compositor João Bosco, o início nacional da tour Irmãos com Alexandre Pires e Seu Jorge, os 40 anos da brasiliense Plebe Rude, os 40 anos do ícone punk, Ratos de Porão que fez uma série de shows históricos tocando os primeiros álbuns na íntegra, o retorno aos palcos do Tremendão Erasmo Carlos, além das exposições de objetos pessoais de Rita Lee, Os Gêmeos, e ainda assim estamos ansiosos pelo que virá a partir de 2022.

Também iniciamos um programa de entrevistas, o Photo in Concert, uma parceria da Live Images com a ARFOC-SP, onde entrevistamos personalidades como Felipe Machado do VIPER, Sylvio Passos do Raul Rock Club. Fernanda Lira da banda Crypta, sempre com participação de algum fotógrafo de shows que esteve presente em algum momento da carreira desses artistas. Quem se interessar, pode assistir no YouTube ou escutar em podcast na plataforma preferida. É só acessar o link.

Fernanda Lira, entrevistada no Photo in Concert #02. (Foto: Ale Frata/Live Images)

Nossa sorte é imensa, em ter você conosco, e esperamos que no proximo ano, nosso abraço volte a ser como sempre foi, apertado, forte, sincero e com a certeza de que o povo brasileiro, famoso pela receptividade calorosa e alegria com que recebemos os artistas internacionais (e nacionais, também), volte a acontecer com os grandes festivais como Lollapalooza Brasil e Rock in Rio, e que a cultura do nosso país volte a ser respeitada, não só pelos gringos, mas principalmente pelo povo brasileiro.

Vem 2022! E que seja feita a nossa vontade. Viva a cultura!

Um grande abraço e até lá. Feliz Ano Novo.

Ale Frata, fotógrafo e editor (sem medo de ser feliz)

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